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Mini-fiv

A Mini-FIV (mini Fertilização in Vitro) corresponde a um protocolo de estímulo ovariano descrito e amplamente utilizado na clínica Kato (Japão) e que se baseia na utilização de doses hormonais menores (mínimo estímulo ovariano – MEO) com o objetivo de oferecer melhor custo-efetividade naqueles casos de muito baixa reserva ou nos quais se prevê uma menor resposta (de 1 a 4 óvulos, no máximo). Os idealizadores defendem que tal estratégia poderia, em alguns casos, supor melhor qualidade dos óvulos ainda que em menor número.

Na técnica de Fertilização in Vitro tradicional, a dose das medicações é maior para estimular os ovários a produzirem uma boa quantidade de óvulos e melhorar os resultados reprodutivos. Normalmente, com maior número de óvulos se obtém um maior número de embriões (sendo possível congelar os embriões excedentes, ou seja, que não foram usados naquele momento).

Já no mínimo estímulo ovariano são administradas medicações injetáveis em baixa dose, que podem ou não ser associadas a medicamentos orais, assemelhando-se a um estímulo hormonal natural, no qual o ovário é estimulado a produzir um único óvulo mensalmente, porém, teoricamente de melhor qualidade.

Mini-fiv

A Mini-FIV traz benefícios aos casais que não desejam ter embriões excedentes, pois existe uma tendência a formar um menor número de embriões com essa técnica.

Outro benefício da Mini-FIV e do MEO é a redução dos efeitos colaterais produzidos pelas medicações que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos, tais como retenção de líquido, inchaço abdominal e aumento de peso.

A Mini-FIV apresenta taxas de sucesso semelhantes à FIV convencional em grupos específicos de pacientes (normalmente aquelas com extrema baixa reserva ou baixa resposta). Porém, deve-se ter em mente que essa técnica também pode ocasionar maior número de cancelamentos de ciclo e menor número de transferência de embriões.

Nas mulheres com idade reprodutiva muito avançada, a Mini-FIV também pode trazer algum benefício, com o objetivo de recrutar menos óvulos de melhor qualidade, já que em faixas etárias mais avançadas a probabilidade de haver óvulos com alterações cromossômicas é maior.

Por esse motivo a técnica de Mini-FIV é exemplificada na frase “menos é mais”, no sentido de priorizar a qualidade do óvulo e não a quantidade de óvulos obtidos. A prioridade no tratamento é garantir às pacientes as melhores taxas de sucesso, com menor índice de efeitos colaterais e a um custo mais acessível.

Entre os protocolos de estímulo na Mini-FIV, os mais utilizados são:

1. Protocolo com Citrato de Clomifeno

Utiliza-se o citrato de clomifeno 50 mg a partir do 3º dia do ciclo menstrual e adicionam-se os hormônios folículo-estimulante e luteinizante (FSH-LH) 75 a 150 U/dia nos 8º, 10º e 12º dias do ciclo menstrual. Como o clomifeno impede o pico precoce de LH e consequente ovulação prematura, não há obrigatoriedade de administrar antagonistas do hormônio liberador da gonadotrofina (GnRH) para bloquear a ovulação. A maturação final do óvulo é realizada com uma dose de agonista do GnRH ou mesmo do hormônio gonadotrofina coriônica (hCG).

Porém, o clomifeno pode ter um efeito prejudicial a nível endometrial. Para contornar esse efeito colateral indesejável, o embrião gerado a partir da fecundação do óvulo obtido desse mínimo estímulo é criopreservado e transferido no ciclo seguinte, sem a ação do clomifeno no endométrio.

Também podem ser realizados estímulos dos ovários por ciclos subsequentes, com o objetivo de ter mais embriões de boa qualidade. Com isso, há menor estresse emocional do casal e maiores chances de sucesso.

2. Protocolo com inibidor da aromatase

Nesse protocolo, utiliza-se o letrozol 5 mg a partir do 3º dia do ciclo menstrual, por 5 dias. A partir do 8º dia, são introduzidos o FSH-LH  75 a 150 U, sendo repetidos nos 10º e 12º dias do ciclo. Sem o efeito adverso do citrato de clomifeno no endométrio, pode-se transferir o embrião gerado no mesmo ciclo. Por outro lado, há necessidade de impedir a ovulação precoce com o uso do antagonista do GnRH.

Dados da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (RedLara), de 2017, indicam que 32,3% das gestações originadas de tratamentos de reprodução assistida são gemelares. A incidência de gêmeos, trigêmeos e até quádruplos costuma ser bem maior com a fertilização in vitro (FIV) do que pela concepção natural. Isso ocorre porque, para aumentar a chance de sucesso da FIV, era muito comum a transferência de mais de um embrião no útero da futura mãe. 

Importante salientar que nos últimos anos as boas práticas dentro dos tratamentos reprodutivos, assim como as condutas, mudaram muito. Atualmente, a maioria dos centros de medicina reprodutiva, fazem prioritariamente transferência única de embrião, visto que as técnicas de seleção embrionária melhoraram bastante e os resultados com a transferência de um único embrião ou de mais embriões são muito similares.

Uma gestação de múltiplos pode trazer riscos à mulher e ao bebê. Na gestante, há o risco de desenvolvimento de pressão alta (pré-eclâmpsia), diabetes gestacional e de parto prematuro, entre outras patologias.

Já os bebês podem ter um crescimento intraútero reduzido, baixo peso ao nascimento e prematuridade, além de outras coisas.

O sonho da gestação, muitas vezes, pode não se concretizar devido aos custos dos tratamentos de reprodução humana. A Mini-FIV pode beneficiar os casais que possuem características específicas ou até mesmo recursos financeiros mais limitados, pois com essa técnica o custo é menor. Assim, a Mini-FIV tornou-se uma excelente alternativa, pois o investimento feito nos medicamentos utilizados é, em média, de 30 a 50% menor do que na FIV tradicional e geralmente não há despesas com o congelamento de embriões excedentes.

A Mini-FIV tornou o tratamento de fertilização in vitro mais acessível, permitindo a mais casais realizarem o sonho de formar uma família.  Para saber os reais valores do tratamento é preciso consultar um especialista em reprodução humana para que ele possa avaliar o seu caso. Dessa forma, ele será capaz de calcular os custos de todo o procedimento, incluindo honorários e medicamentos, e passar um valor bem próximo do real.

Independentemente do tipo de tratamento realizado, é importante que ele seja feito em uma clínica que possua uma infraestrutura adequada, com equipamentos modernos e profissionais especializados para garantir a segurança do casal e o sucesso do procedimento. Esses são fatores importantes que também devem ser considerados ao se avaliar o investimento que será realizado no tratamento que envolve muito mais do que uma gestação, envolve sonhos de uma vida toda.

Dr. Orestes Prudêncio

Especialista em Reprodução Humana pelo Hospital das Clínicas-UFMG | Crm

Sou o Dr. Orestes, sócio fundador da Fértil, Clínica de Reprodução Humana. Nós temos como propósito realizar o sonho dos casais de conceber uma nova vida! 

Para isso, contamos com equipe multidisciplinar composta por especialistas em reprodução humana, ginecologistas, obstetras, entre outros.

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Quando a mulher está tentando engravidar, mesmo que mantenha relações sexuais regulares com o parceiro, o sexo só pode resultar em gravidez em um curto período de tempo, conhecido como período fértil ou janela fértil.

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