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Abortamento de Repetição: Um Guia Completo para Casais Inférteis

    Uma jornada, um sonho...

    O abortamento de repetição, também conhecido como aborto espontâneo recorrente, é definido como a ocorrência de três ou mais perdas gestacionais consecutivas antes das 20 semanas de gestação. Este problema afeta cerca de 1% dos casais que tentam engravidar e pode ser uma experiência devastadora tanto emocional quanto fisicamente. Este artigo tem como objetivo fornecer uma visão detalhada dos aspectos clínicos, exames diagnósticos e opções modernas de tratamento disponíveis para casais que enfrentam essa condição.

    Aspectos Clínicos

    Os abortos espontâneos podem ser classificados em duas categorias principais:

    1. Abortos de Primeiro Trimestre: Ocorrendo nas primeiras 12 semanas de gestação.
    2. Abortos de Segundo Trimestre: Ocorrendo entre 12 e 20 semanas de gestação.

    As causas de abortamento de repetição podem ser variadas e incluem fatores genéticos, anatômicos, hormonais, imunológicos, infecciosos e trombofílicos.

    1. Fatores Genéticos:
      • Anomalias cromossômicas nos pais, como translocações balanceadas.
      • Anomalias cromossômicas no feto, muitas vezes detectadas por meio de cariótipo fetal.
    2. Fatores Anatômicos:
      • Anomalias uterinas, como útero septado, útero bicorno, e sinequias uterinas.
      • Incompetência istmo-cervical, levando a perdas no segundo trimestre.
    3. Fatores Hormonais:
      • Insuficiência do corpo lúteo, resultando em deficiência de progesterona.
      • Síndrome dos ovários policísticos (SOP), associada a anovulação e hiperinsulinemia.
    4. Fatores Imunológicos:
      • Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF), caracterizada pela presença de anticorpos antifosfolipídeos.
      • Problemas autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico (LES).
    5. Fatores Infecciosos:
      • Infecções como clamídia, micoplasma, e ureaplasma.
    6. Trombofilias:
      • Distúrbios de coagulação, como mutação do fator V de Leiden e mutação do gene da protrombina.

    Exames Diagnósticos

    A avaliação diagnóstica de abortamento de repetição envolve uma abordagem multifatorial, incluindo exames laboratoriais, de imagem e procedimentos invasivos. Os exames mais comuns incluem:

    1. Análise Genética:
      • Cariótipo dos pais para identificar anomalias cromossômicas.
      • Teste genético do tecido fetal em abortos anteriores.
    2. Avaliação Anatômica:
      • Ultrassonografia transvaginal para visualizar a anatomia uterina.
      • Histeroscopia para avaliação detalhada do interior do útero.
      • Histerossalpingografia (HSG) para avaliar a cavidade uterina e as trompas de Falópio.
    3. Avaliação Hormonal:
      • Dosagem de progesterona na fase lútea.
      • Testes de função tireoidiana para excluir disfunções, como hipotireoidismo.
    4. Avaliação Imunológica:
      • Testes para anticorpos antifosfolipídeos (anticardiolipina, anticoagulante lúpico, beta-2-glicoproteína I).
      • Painel autoimune para detecção de LES e outras condições autoimunes.
    5. Avaliação de Trombofilias:
      • Testes para mutação do fator V de Leiden, mutação do gene da protrombina, deficiência de proteína C e S, e antitrombina III.

    Opções Modernas de Tratamento

    O tratamento do abortamento de repetição é personalizado e depende da causa subjacente identificada. As opções de tratamento incluem:

    1. Tratamento Genético:
      • Fertilização in vitro (FIV) com diagnóstico genético pré-implantacional (PGD) para selecionar embriões saudáveis.
    2. Tratamento Anatômico:
      • Correção cirúrgica de anomalias uterinas por histeroscopia.
      • Cerclagem cervical para incompetência istmo-cervical.
    3. Tratamento Hormonal:
      • Suplementação de progesterona na fase lútea.
      • Tratamento de disfunções tireoidianas.
    4. Tratamento Imunológico:
      • Uso de heparina de baixo peso molecular e aspirina para SAF.
      • Tratamento de condições autoimunes subjacentes com imunomoduladores.
    5. Tratamento de Trombofilias:
      • Anticoagulação com heparina de baixo peso molecular e/ou aspirina.
    6. Tratamento Infeccioso:
      • Antibioticoterapia direcionada para infecções identificadas.

    Conclusão

    O abortamento de repetição é uma condição complexa e multifatorial que exige uma abordagem diagnóstica abrangente e um tratamento personalizado. Com os avanços na medicina reprodutiva, muitos casais que enfrentam esse desafio podem alcançar uma gestação bem-sucedida com a orientação e tratamento adequados.

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